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Insights
13.5.2025 14:07

O que aprendi no Web Summit Rio 2025 sobre inovação, energia e o papel das marcas no futuro

O que encontrei foi um pulsante movimento coletivo em torno de três eixos principais: inteligência artificial, sustentabilidade e humanização da comunicação.

Carol Lorenzi

Leader of Client Service

Esta foi minha primeira vez presencialmente no Web Summit. Depois de acompanhar as edições anteriores de forma remota, pude vivenciar um dos maiores eventos de inovação do mundo, que neste ano reuniu mais de 34 mil pessoas de mais de 100 países.

Estive lá representando a Brivia e acompanhando dois grandes clientes da casa: a KPMG e a EDP. Mais do que consumir conteúdos, busquei viver o evento de forma intensa nos corredores, nas trocas, nos grupos paralelos de WhatsApp, nos eventos noturnos e, claro, nos painéis que ditaram o ritmo das conversas sobre o futuro.

O que encontrei foi um pulsante movimento coletivo em torno de três eixos principais: inteligência artificial, sustentabilidade e humanização da comunicação. 

Inteligência artificial no centro de tudo

Como tem sido comum em tantos debates, a IA foi, de longe, o tema mais recorrente do Web Summit Rio 2025. Foi protagonista em painéis, ativações de marcas e conversas informais. E não só como tecnologia, mas como cultura, associada a debates sobre reestruturação de processos, talentos, ética e responsabilidades.

No painel “Agents as Allies”, líderes da IBM e da Brock falaram sobre as habilidades essenciais para trabalharmos lado a lado com agentes de IA. Em vez de substituição, a conversa foi sobre colaboração: como humanos e máquinas podem dividir tarefas, aprender juntos e aumentar a produtividade de forma ética e sustentável.

A IBM, por exemplo, compartilhou sua atuação na América Latina com o programa Skills Build, que oferece capacitação gratuita em IA para impulsionar a mobilidade econômica. Também se falou sobre o conceito de “IA soberana” – a ideia de que países precisam controlar sua própria infraestrutura tecnológica para proteger seus dados, reduzir vieses e ampliar a inclusão.

Saí de lá com esta percepção: não existe transformação digital real sem preparo humano para lidar com ela.

Dados não são o oposto de criatividade

Mas, para mim, o destaque do evento foi a palestra de Jason Carmel, Global Lead de Creative Data da VML e uma liderança extremamente carismática e didática em sua apresentação. Foi um dos painéis mais inspiradores, especialmente para quem, como eu, vive a interseção entre comunicação e dados no dia a dia.

Carmel defendeu que precisamos parar de tratar dados como matemática e começar a enxergá-los como cultura, emoção e matéria-prima criativa, o que, já deveria ser rotina, não novidade. Ele apresentou cases encantadores, como o da British Airways, que usou dados de voos para acionar mensagens em tempo real em outdoors (em 2013!); e o Spotify Wrapped, que já é um exemplo clássico de como dados pessoais podem gerar conexão e buzz em grandessíssima escala.

Entre suas recomendações, três se destacaram:

  • Levar “dados estranhos” para inspirar os criativos;
  • Estimular exercícios de wishful thinking: “seria incrível se tivéssemos tal dado!”
  • Quebrar barreiras organizacionais entre os profissionais de dados e os de criação, abrindo um novo espaço para a inovação real.

Para quem trabalha com comunicação, a provocação foi clara: em um universo centrado em dados, ser criativo deixou de ser um diferencial – já é premissa básica.

2027 e o novo consumidor: mais sensível, mais seletivo, mais humano

Como prever o que o consumidor vai querer daqui a dois anos? A resposta pode estar menos nos dados de consumo e mais nas emoções. Essa foi a provocação central do painel “Decoding the Future: Your Consumer in 2027”, conduzido por Carla Burzagi, CEO da WGSN, uma das maiores consultorias globais de tendências.

Carla apresentou quatro perfis de consumidores que já emergem no presente e devem orientar as marcas nos próximos anos:

  • Critics: consumidores que buscam desacelerar e se desconectar da hiperconexão digital. Minimalismo, silêncio e pausa se tornam ativos de marca.
  • Conventionists: valorizam experiências simples, seguras e com resgate afetivo, como nostalgia, acolhimento e familiaridade.
  • Independents: desconfiam de mídias, marcas e governos. Exigem autenticidade radical, transparência e relações mais horizontais.
  • Energizers: querem mais alegria e leveza para escapar do excesso de racionalização trazido pela IA e pela cultura da performance.

Em outras palavras: a lógica do desempenho começa a dar lugar à lógica do afeto. E as marcas que quiserem continuar relevantes precisam gerar mais do que produtos, mas presença, propósito e sensação.

Essa leitura está alinhada com o racional da nossa metodologia BXM – Brand Experience Management, baseada em três pilares: pessoas no centro, aprendizado contínuo e foco na transformação. Toda inovação deve ter o humano como ponto de partida e de chegada, com cada decisão de marca considerando, acima de tudo, quem está do outro lado: alguém mais ansioso, mais cético, mais seletivo, mas também mais disposto a se emocionar.

Ter essa clareza, atuando de forma próxima e contínua, com atenção ao hoje, ao amanhã e ao que vem depois, é fundamental para que uma marca se comunique de verdade com seu público. E os perfis apresentados por Carla Burzagi reforçam que, mais do que funcionalidade, o consumidor espera conexão emocional e experiências que façam sentido na sua vida real (onde mais seria, né?).

O futuro da comunicação não será apenas sobre o que dizemos, mas sobre como fazemos as pessoas se sentirem. E é essa experiência verdadeira que constrói marcas duradouras.

Brivia ao lado de quem lidera transformações

Além do mergulho em tendências, estar no Web Summit foi também uma oportunidade de acompanhar de perto a atuação de duas marcas parceiras do nosso dia a dia na Brivia: KPMG e EDP.

A KPMG levou para o evento a etapa brasileira do Global Tech Innovator 2025, premiando startups com alto potencial de transformação. Também participou de mentorias com empreendedores e integrou o júri da competição de pitches – movimentos claros de fomento à inovação e ao ecossistema empreendedor.

Já a EDP promoveu duas masterclasses potentes sobre o futuro da energia e os caminhos da transição energética. A primeira abriu espaço para uma discussão aprofundada sobre os desafios dessa transição, passando por temas como geopolítica, inovação, regulamentações emergentes e financiamento verde – com destaque para a COP30, que será sediada este ano em Belém, no Pará. O encontro trouxe insights valiosos e ampliou a compreensão dos convidados sobre as transformações em curso. A segunda masterclass foi dedicada a explorar como a inovação vem moldando o futuro da energia, por meio de um diálogo entre visões de futurismo e avanços tecnológicos.

Estar ao lado dessas marcas em um evento dessa magnitude foi fundamental para fortalecer nossa parceria estratégica. Mergulhamos em discussões diversas e relevantes para cada negócio que, mesmo com suas particularidades, convergiam em um ponto essencial: o compromisso com o futuro.

Inovar é coletivo

Por fim, voltei de lá com a certeza de que inovação não se faz isoladamente. É um processo coletivo, interdependente e, sobretudo, humano. As ferramentas mudam, os formatos evoluem, mas a essência permanece: olhar para o mundo, ouvir as pessoas, entender os dados e criar pontes entre tudo isso. 

Voltei, também, com entusiasmo, porque é justamente com essa visão que a Brivia já atua: construindo marcas relevantes, sustentáveis e preparadas para o futuro desde agora.

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